sábado, 22 de janeiro de 2011

Samsung foge de clubes e opta por competições para manutenção de marca

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte
 
A marca azul e branca da Samsung ainda deve estar fresca na memória de palmeirenses e corintianos. Em ambas as equipes, a companhia manteve patrocínios com exposição em camisa. Mas, após rescisões pouco amigáveis nas duas ocasiões, desistiu de preencher uniformes de times tradicionais e alterou a estratégia no marketing esportivo.

A Samsung anunciou patrocínios às duas principais competições voltadas para categorias de base do país, Copa São Paulo e Supercopa de Juniores. O movimento confirmou a aposta da empresa em torneios. "Vários fatores levaram a Samsung para nova direção no futebol", afirma Carlos Werner, diretor de marketing, à Máquina do Esporte.

Em entrevista exclusiva, o executivo garante não manter mágoas com Corinthians ou Palmeiras e classifica ambos os patrocínios como "extremamente eficientes". Apesar da eficácia, chegou-se à conclusão de que a marca da companhia já é consolidada no Brasil, e portanto exige apenas aportes com o intuito de executar "manutenção de marca".

Além das competições para garotos, a Samsung fez novo aporte à Copa Santander Libertadores, principal torneio da América do Sul. Também patrocinou a Copa Nissan Sul-americana, mas, nesse caso, o contrato ainda não foi renovado. "Nessas competições, há exposição de marca e presença contínua, porque temos placas no campo", justifica Werner.

Futebol à parte, a fabricante de produtos eletrônicos tem projetos sociais ligados ao esporte como segundo pilar de investimento. Por meio do projeto Medalha Azul, pretende formar atletas para os Jogos Olímpicos de 2016, a serem realizados no Rio de Janeiro, dos quais é patrocinadora oficial. O projeto já foi executado em 2007 e 2008.

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:

Máquina do Esporte: Por que a Samsung decidiu patrocinar torneios voltados para categorias de base, como Copa São Paulo e Supercopa de Juniores? O que torna essas competições atrativas?
Carlos Werner: Na verdade, vamos dar um passo para trás. Estamos na Libertadores. No Brasil, não estávamos mais em times de futebol, mas a Samsung não quer sair do futebol. Queremos ter presença no futebol brasileiro, mas a marca está em outro momento hoje. Time de futebol é interessante porque é um patrocínio muito visível, forte, grande, que dá um boost no conhecimento de marca de maneira muito rápida. Temos um histórico de crescimento forte no país em distribuição, e nossa marca se tornou grande muito rápido. Então, hoje, é uma marca mais madura, bem estabelecida. Resolvemos fazer apenas a manutenção do conhecimento de marca e presença contínua. Quando acabou nosso patrocínio ao Palmeiras, decidimos não renovar ou assinar com nenhum grande time por várias razões. A marca não tinha necessidade de ter exposição dessa natureza, porque passamos a investir em uma série de outras áreas, como cultura, projetos sociais, ações na televisão, na qual participamos do Big Brother Brasil. Passamos a investir em outros lugares, mas queríamos continuar no esporte para manutenção de marca. Outro fator são os custos, que estão muito mais altos do que no passado. Essa decisão também seria devido aos altos custos. Vários fatores acabaram levando a Samsung para uma nova direção no futebol. Fazemos questão de estar presentes, ter atuação forte, e essa é a maneira mais eficiente no momento. Essas duas competições estão dentro dessa filosofia.

ME: E no caso de competições internacionais, como Sul-Americana e Libertadores, os objetivos são os mesmos?
CW: Basicamente, exposição de marca e presença contínua. Essas duas competições são uma ferramenta de relacionamento muito forte. Nelas, a exposição de marca é muito grande, porque temos placas espalhadas no campo.

ME: Com base nos patrocínios feitos pela Samsung nos últimos anos, nota-se que a empresa deixou de apoiar clubes para focar em campeonatos. Por quê?
CW: Pelo momento da nossa marca. O campeonato é a maneira mais eficiente de estar no futebol, mais eficiente dado o momento da nossa marca, que já é consolidada no mercado brasileiro. Essa é a maneira mais bacana que encontramos, e também a mais eficiente.

ME: Patrocinar clubes de futebol no Brasil é arriscado demais? É um negócio instável?
CW: Eu não diria isso. O patrocínio ao time é uma ferramenta extremamente poderosa e eficiente. No mundo, patrocinamos o Chelsea, vários times de outros países e tivemos dois times fantásticos no Brasil. É uma ferramenta super eficiente. Toda ação de marketing tem seus riscos. Se você patrocina celebridade, tem riscos, comercial na TV, também. O futebol não é diferente dos riscos de qualquer outra ação de marketing, mas é hoje muito mais caro. Não é sempre que tem um time disponível que case com a marca, e não é sempre que tem verba reservada disponível. Também não é sempre que é necessário.

ME: O que a Samsung aprendeu após os patrocínios a Palmeiras e Corinthians?
CW: Foram só coisas boas. O patrocinio de camisa é extremamente eficiente. Temos torcedores usando a marca até hoje. Vemos muito na rua. A exposição que a marca recebe na TV e no jornal é brutal. Todos têm orgulho em exibir a marca. Ganhamos muito no futebol pela exposição que tivemos no passado. Em 2010, fizemos campanha patrocinando o Robinho, usando ele como garoto-propaganda, e foi extremamente eficiente. Os comerciais foram muito bem avaliados, bem recebidos, todo mundo viu com carinho, então o futebol contribui muito para a marca. O vínculo é muito saudável. Ainda mais quando se consegue fazer um trabalho consistente com quem gosta do futebol, que no Brasil é quase todo mundo. Relançamos em dezembro o Medalha Azul, que rodamos com muito sucesso em 2007 e 2008, e queremos que seja duradoudo, porque mostra comprometimento com esporte. No Brasil, esporte tem função social, tanto que hoje colocamos essa função como um dos pilares explícitos do novo projeto, porque antes já havia essa preocupação, mas não com tanto foco. Além dos atletas de alto rendimento, vamos fazer parcerias tecnológicas, com as quais apoiaremos confederações e atletas com nossos produtos. O terceiro pilar é social, no qual apoiamos projetos sociais que levem educação por meio do esporte. O primeiro, já fechado, é com o Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima, que tem essas características.

ME: Pergunto porque, para quem vê de fora, a impressão é que a relação entre Palmeiras e Samsung ficou bastante arranhada depois da rescisão.
CW: Não temos mais vínculo, então também não há mágoa, nem nada. A experiência foi muito boa, excelente para ambos os lados, mas foi uma relação profissional. Como dizem, foi muito bom para os dois enquanto durou.

ME: Como patrocinadora dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, quais são os planos de ativação do aporte no Brasil? Ou ainda é muito cedo para planejar isso?
CW: É muito cedo. Já poderia dizer que a Medalha Azul tem vínculo forte com o patrocínio olímpico, porque grande parte dos atletas acaba sendo olímpico. Vários deles estão de olho nas Olimpíadas, e a gente quer ajudar na performance do Brasil nelas, mas é um pouco cedo ainda. Estamos em fase de planejamento. Como somos parceiros do Comitê Olímpico Internacional (COI), muita coisa será feita com certeza.

ME: Quanto à nova versão do Medalha Azul, no que diz respeito a atletas de alto rendimento, quais são as metas da Samsung para 2016? Há um número de medalhas que vocês terão de conseguir, por exemplo?
CW: Não. A gente não impõe metas de medalhas para atletas, porque quando elas vêm é um prêmio para nós, uma alegria, mas não é obrigação, exigência, longe disso. O objetivo é realmente promover desenvolvimento, elevação de performance. Serve como plataforma para nós como ativação de marketing, abre-nos inúmeros caminhos de execução para publicidade, relacionamento, uma série de coisas. A medalha é um prêmio no final, mas não é obrigação.

ME: Então, a medalha é a principal meta para o atleta, mas não necessariamente é o principal objetivo da Samsung?
CW: Exatamente. Ela é a principal recompensa, um grande resultado para o atleta, mas a Samsung, ao denominar o atleta como Medalha Azul, já dá seu reconhecimento aos valores, à história de vida dele.

ME: Em relação às parcerias tecnológicas que a Samsung anunciou que irá fazer, do que se tratam? Que tipo de entidades esportivas serão procuradas?
CW: Na parte social, projetos. O primeiro que anunciamos foi ao Vanderlei. Por via de regra, são projetos sociais que têm o esporte como tema. O Vanderlei trata de educação por meio do esporte, atende 160 crianças, quer tirar crianças da rua, educá-las, talvez até transformá-las em atletas de alto nível.

ME: Para 2011, quais são as prioridades da Samsung? O que está por vir nos próximos meses?
CW: Sempre acabamos anunciando algumas novidades ao longo do ano, mas os grandes planos são esses: campeonatos e Medalha Azul. A Libertadores é um grande foco. A Sul-Americana ainda não foi renovada, e não posso dizer se vamos ou não renovar porque ainda não está acertado. Interesse, sempre há, mas nem sempre é viável.

Samsung patrocina Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima

RODRIGO CAPELO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

Após ressuscitar o Medalha Azul, a Samsung acertou o primeiro patrocínio da nova versão do projeto social, executado pela primeira vez em 2007 e 2008. O Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima (IVCL), fundado pelo maratonista homônimo, será apoiado pela empresa.

O aporte ilustra um dos três pilares definidos pela companhia para investimentos por meio do Medalha Azul. Além de projetos sociais ligados ao esporte, caso do IVCL, o programa prevê formação de atletas de alto rendimento e parcerias tecnológicas com entidades esportivas.

"O Vanderlei trata de educação por meio do esporte, atende 160 crianças, quer tirá-las das ruas e educá-las, talvez até transformá-las em atletas de alto nível", afirma Carlos Werner, diretor de marketing da Samsung, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.

A Samsung completa a lista de patrocinadores do instituto, composta por Unimed Campinas, 3M, Forte Veículos, Matera Systems, Unicamp, além de parcerias com Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e Fundo de Investimento ao Esporte de Campinas (Fiec).

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Depois de quase ter que abandonar o esporte, biker chega como recordista no Rally Piocerá.

O biker cearense, de Fortaleza, Zezinho Ribeiro Filho (Equipe Criciclo) é um dos participantes mais assíduos do maior rally de regularidade da América Latina, o Piocerá/Cerapió. Ele participou de todas as edições da competição, tendo deixado de competir apenas nos anos de 2006 e 2007 por causa de uma acidente que sofreu, no entanto ainda assim ele foi prestigiar o evento, mesmo estando em uma cadeira de rodas.
Porém, nesta edição de 24 anos do Rally Piocerá ele diz vir com tudo para fazer bonito na categoria Over 50, na modalidade Bike. “Pela minha experiência de mais de 34 anos de competições, se um bombear eu chego na frente”, brincou Zezinho. Apesar de nunca ter conquistado um primeiro lugar no Piocerá/Cerapió ele diz se sentir um vencedor. “Em todas as edições que participei subi ao pódio, menos em primeiro lugar, mas hoje me sinto um grande campeão, pois para mim quem participa de um rally como o Piocerá/Cerapió já é um campeão, e se vier um pódio a alegria é ainda maior”, declarou o biker.

Além de competir na equipe Criciclo, Zezinho ainda freta ônibus para fazer o translado de bikers de vários estados brasileiros e até de fora do país. “Já faço isso há vários anos. São pessoas de Brasília; Natal; Minas; Ceará; Fortaleza; São Paulo; Goiás; Pernambuco; Piaui; Pará e até um suíço, que participará pela terceira vez do Piocerá”, conta Zezinho.

Em recente passagem por Teresina, Zezinho e o também biker César, visitaram a Radical Produções, empresa realizadora do rally. “Tivemos a honra de visitar a Radical e constatar a grande competência de todos que ali trabalham”, afirmou Zezinho, que ainda contou sobre suas expectativas para a competição. “São as melhores possíveis, os roteiros são fascinantes, muita gente nova participando. O Piocerá está se tornando muito competitivo, vários bikers do cenário brasileiro na prova. Enfim, é um rally muito duro, mas emocionante quando a prova larga”, falou o biker.

Quando perguntado sobre quais as maiores dificuldades que acha que vai encontrar pelo o caminho, o atleta responde de forma bem humorada. “Bem, não posso passar essa dica para meus adversários, mas creio que será o segundo dia de prova”. Sobre o que de mais gratificante o rally lhe proporciona ele fala da possibilidade de reencontrar amigos. “Tudo é gratificante, agora o mais gratificante é rever os amigos e fazer novas amizades entre os atletas e nos lugares por onde o rally passa”, considera.

Zezinho, por onde passa, transmite alegria e chama a atenção pelo seu jeito moleque. Para ele, que diz ter nascido novamente, só agradece por ser um atleta sobre duas rodas. Afinal, superação é a palavra que mais define este campeão. Isso porque em 2005, durante o Desafio 24 Horas, uma prova de ciclismo speed, que aconteceu nas proximidades do Beach Park, em Fortaleza, ele, outro atleta e mais três pessoas da organização do evento foram atropeladas por um motorista, supostamente embriagado. Zezinho teve várias fraturas nos pulsos e uma mais grave ainda na perna direita, a qual por pouco não foi amputada. “Eu passei dois anos difíceis me recuperando, usei por muito tempo pino na perna, mas eu queria voltar ao esporte e consegui”, recorda-se.

Aldeia, foto arquivo pessoal

domingo, 16 de janeiro de 2011

Dakar em final de festa


Nasser Al-Attiyah confirma primeiro triunfo no Dakar
Nasser Al-Attiyah alcançou hoje um dos maiores feitos da sua carreira desportiva, ao vencer pela primeira vez o Dakar Argentina-Chile. O piloto qatari levou de vencida a batalha interna no seio da sua equipa e alcançou um triunfo que foi inteiramente merecido. Na chegada a Buenos Aires foi, no entanto, Carlos Sainz a vencer mais uma etapa, com escassos 38 segundos de avanço sobre Al-Attiyah, segundo melhor, e 1m25s sobre Krzysztof Holowczyc (BMW), terceiro.
À partida deste Dakar, Al-Attiyah era um dos favoritos ao triunfo final, mas sabia que para o conseguir teria que, primeiro, bater os seus oponentes - internamente e de outras equipas - e, depois, esperar por uma prova sem azares ou problemas mecânicos. Com efeito, se a mecânica do Race Touareg 3 pouco atormentou o versátil desportista do Qatar, acabou por ser mesmo a sua constância e regularidade a fazer dele mais do que um favorito, um forte candidato ao triunfo final.

Com a concorrência a ficar irremediavelmente atrasada, inicialmente Stéphane Peterhansel (BMW) e posteriormente Carlos Sainz, Al-Attiyah sabia que precisava de manter a concentração e levar o seu carro até final sem grandes sobressaltos para conquistar um tão ansiado triunfo. E foi o que conseguiu hoje, em Buenos Aires, ponto final da edição 2011 do Dakar: "Conseguimos, estou bastante satisfeito, foi um grande resultado. Já esperava este momento há muito tempo", afirmou Al-Attiyah pouco após o final da tirada, lembrando ainda que este triunfo "significa muito para mim, para as pessoas do meu país e para a minha equipa".

Sem hipóteses de lutar pelo triunfo nestes últimos dias, Carlos Sainz mostrou que não perdeu a competitividade e continuou a 'colecionar' triunfos em etapas, que o próprio espanhol considera como "prémios de consolação". De facto, o espanhol esteve na luta pelo triunfo até meados da segunda semana, momento em que problemas de várias índoles acabaram por condená-lo para o terceiro posto, atrás mesmo de Giniel de Villiers (VW). O sul-africano levou a cabo uma prova discreta e cautelosa, acabando por lucrar com os problemas de Sainz para ascender a segundo, depois trabalhando para não perder muito tempo face ao espanhol. Foi já neste processo que acabou, mesmo, por conquistar um triunfo em etapas, segurando assim um segundo lugar com grande vantagem para Sainz.

O quarto lugar da geral foi para Stéphane Peterhansel. O experiente piloto francês mostrou na primeira metade da prova que o BMW X3 CC estava mais competitivo, lutando com os BMW quase taco-a-taco, mas acabou por ser afetado por vários tipos de dificuldades, como furos ou ligeiros problemas mecânicos - além de erros de navegação - que o impediram de disputar os primeiros lugares de forma mais veemente. No quinto lugar final classificou-se outro BMW da X-Raid, neste caso o tripulado por Krzysztof Holowczyc, com o polaco a levar a cabo uma grande prova para conseguir ficar à frente do quarto VW da prova, o de Mark Miller, apenas sexto.

Atrás deste aparece o português Ricardo Leal dos Santos,Christian Lavieille (Nissan), Guilherme Spinelli (Mitsubishi) e Matthias Kahle (SMG) completaram o lote dos dez melhores desta edição do Dakar,Spinelli ficou um pouco abaixo do que seria de esperar,mas considerando que tinha o carro menos desenvolvido que os demais acaba por ser positivo se esperando agora que em futuras provas possa chegar a um carro de fabrica que as marcas disponibilizam para alguns pilotos.


Consagração para Marc Coma
O holandês Frans Verhoeven (BMW) triunfou na derradeira etapa do Dakar Argentina-Chile 2011, que levou os pilotos até Buenos Aires e que consagrou o espanhol Marc Coma como grande vencedor da competição deste ano. Mas as surpresas não ficaram de parte deste último dia, com Hélder Rodrigues a chegar a uma posição no pódio quando já poucos o esperavam.
Na etapa em si, Verhoeven impôs um ritmo bastante forte ao longo de toda a tirada, curta e mais rolante, mas foi Coma quem mais razões teve para festejar no final da especial cronometrada, alcançando a sua terceira vitória em edições do Dakar. Rodrigues terminou em segundo, a apenas cinco segundos do vencedor e na frente de Jean de Azevedo (a 19s), Cyril Despres (a 44s) e Marc Coma (a 2m16s).

Contudo, se a derradeira especial do Dakar é, geralmente, pouco significativa em termos de classificação geral, esta edição 2011 contornou a regra. Não com a luta pela vitória, que pertenceria sem dúvidas a Marc Coma salvo qualquer problema deste último, ou com o segundo lugar, no qual Cyril Despres também contava com larga vantagem sobre o terceiro. Mas foi, precisamente, esta posição que se manteve rodeada de indecisão até ao final.

Azar de 'Chaleco', sorte para Rodrigues
Com efeito, os 43m04s de vantagem que o chileno Francisco Lopez Contardo levava à partida sobre Hélder Rodrigues tornaram-se escassos à medida que o tempo ia passando com o chileno longe da linha de chegada. A sua Aprilia havia tido problemas com o amortecedor traseiro, que cedeu e obrigou a uma longa reparação e, posteriormente, ainda ao nível elétrico, forçando o motard a nova paragem pouco depois de ter passado o WP3, desta feita optando por fazer o resto da tirada a reboque do seu companheiro de equipa, Alain Duclos.
Com isso, Hélder Rodrigues, que terminou a etapa em segundo e a apenas cinco segundos de Verhoeven, viu a terceira posição do pódio ficar ao seu alcance. O piloto luso da Yamaha havia garantido que tentaria lutar até final e foi isso que fez, chegando ao terceiro posto da Geral com alguma dose de sorte, mas também compensando de certa forma os azares de dois dias seguidos já nesta segunda semana em que erros de navegação e subsequente falta de gasolina o levaram a quase 'atirar a toalha' na luta pelo pódio.

Ao fim de 1h12m, Lopez Contardo cruzou então a meta, sabendo já que havia perdido o seu terceiro posto depois de um dia que certamente quererá esquecer. A ajuda de Duclos acabou por ser insuficiente e a sua prestação irremediavelmente afetada numa edição em que parecia certo a acompanhar Coma e Despres no pódio de amanhã.

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Sem projeto, CBV quer jogo de estrelas em 2012

Um decisão da CBV, a Confederação Brasileira de Vôlei, movimentou os fãs do esporte e um ídolo em especial, o meio de rede Gustavo, do Pinheiros. A instituição havia comunicado que o Jogo das Estrelas da Superliga estava cancelado, devido a problemas com o calendário.

Irritado, o jogador pinheirense colocou em sua página do Twitter a seguinte mensagem: “Cadê o Jogo das Estrelas do vôlei? É tão difícil assim escolher dois técnicos que escolheriam dois times? Decepcionado!”. Gustavo ganhou o apoio de colegas e de torcedores, que não entenderam a decisão da CBV.

A entidade nega que tenha sido influenciado pelos protestos, mas confirmou em seguida às reclamações que o jogo estava confirmado para 2012. O evento, no entanto, ainda não tem nenhum projeto. Não se sabe, por exemplo, o local onde acontecerá a partida, e não há nenhum plano de viabilidade financeira. A própria confederação admite que, mesmo com o anúncio oficial, trata-se de um projeto embrionário.

A ideia é fazer com que o evento ganhe mais nome após a sua primeira edição. Durante a década de 1990, houve partidas semelhantes, mas o longo período de ausência impede que seja traçado algum parâmetro para o Jogo das Estrelas da Superliga.

Caso a CBV queira um espelho, a entidade deverá olhar para os colegas do Basquete, que conseguiram viabilizar evento semelhante neste ano. Na última semana de janeiro, atletas brasileiros e estrangeiros duelarão na quadra de Franca, interior de São Paulo, em evento organizado pela Liga Nacional de Basquete.

EDUARDO LOPES
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP