Fonte: D24am.com
O ‘Estadão’ destacou que após explicações do Governo do Amazonas, a CGU constatou que permanecia sobrepreço de R$ 76,4 milhões no orçamento.
Os cálculos de custos para os estádios da Copa do Mundo de 2014, entre eles o da Arena da Amazônia, foram feitos na base do ‘chutômetro’ e resultaram no estouro do orçamento das obras, segundo matéria do jornal ‘O Estado de S. Paulo’. De acordo com o ‘Estadão’, mesmo incompletos, os projetos básicos, que devem detalhar a obra ou serviço, foram utilizados para justificar o rombo no orçamento.
O jornal aponta a superficialidade do projeto básico da Arena da Amazônia, o que levou a Controladoria Geral da União (CGU) a detectar sobrepreço de R$ 85 milhões e observou que o plano da estrutura metálica da cobertura não estava detalhado o suficiente para determinar a quantidade de aço necessária.
O ‘Estadão’ destacou que após explicações do Governo do Amazonas, a CGU constatou que permanecia sobrepreço de R$ 76,4 milhões no orçamento. “A situação de Manaus e do Maracanã é de um despreparo, de uma deficiência que parece proposital. O Brasil não aprendeu com o Pan (Jogos Pan-Americanos de 2007, cujo orçamento estourou)”, criticou o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Athayde Ribeiro Costa, coordenador do grupo de trabalho do órgão para a Copa de 2014.
O coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa de Manaus, Miguel Capobiango, disse ao jornal que o projeto básico foi suficiente. “Agora, no projeto executivo, há preocupação de detalhar o máximo uma obra dessa magnitude”, observa.
A reportagem cita, ainda, que o caso de Brasília é emblemático do ‘voo cego’. O governo do Distrito Federal alega que o novo Mané Garrincha vai custar R$ 671 milhões. Mas nesse orçamento não constam cobertura, assentos, catracas e, pasmem, gramado e trave. “O preço final desse estádio é uma grande interrogação, que ninguém sabe responder”, criticou o promotor Ivaldo Lemos Júnior, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
“Se fez licitação e excluiu o assento, iluminação e gramado, não pode atribuir à Fifa a responsabilidade, porque a Fifa estabeleceu que tem de ter iluminação, gramado, assento. Se alguém eventualmente fracionar a licitação por conveniência, que assuma a responsabilidade”, disse ao jornal o ministro do Esporte, Orlando Silva.
Na comparação Maracanã x Mineirão, o projeto básico do estádio carioca era tão superficial que só apresentava 37 plantas, contra 1.309 do mineiro, que também passa por reforma. Além disso, as autoridades do Rio apresentaram cinco elementos no projeto básico, contra 30 de Belo Horizonte.