sábado, 23 de julho de 2011

Ser tão ciclista


A quarta etapa do Circuito Ceará Adventure de Bike 2011 comprova o equilíbrio do ciclismo cearense
O maior circuito de Mountain Bike do Ceará entra em sua reta final. A penúltima etapa acontece no dia 31 de julho, às 8 horas da manhã, no município de Palmácia. O Desafio dos Sertões é um percurso que exige velocidade e inteligência das duplas participantes. São esperados mais de 200 atletas para esta etapa.
São 4 categorias: Turismo (25 quilômetros), Graduados (45 quilômetros),  Masculino, Misto e Master. A competição está bastante competitiva em todas as categorias. Na Master, por exemplo, as duplas Los Carecas, Savana Bike Shop, AC Bike Ceará e Vip ainda estão na disputa com boas chances. Após três etapas na categoria Tusimo, a primeira dupla na classificação geral Haritov está distanciada apenas 18 pontos da dupla Padeiro e Arquiteto, terceira colocada até o momento.

O Desafio dos Sertões é a chance que os líderes de cada categoria tem para se distanciar dos outros atletas, mas tem dupla querendo aproveitar para colar ainda mais na primeira posição. É o caso da dupla Bruttus que venceu a primeira etapa do circuito na categoria Mista e pretende voltar ao topo do pódio na etapa de Palmácia.

“Todo este equilíbrio mostra o quanto os ciclistas de Mountain Bike cearenses estão evoluindo. Esta edição do circuito é uma das mais equilibradas que já tivemos nos últimos quatro anos” afirma Marcelo Facó, organizador da prova. A melhora de desempenho e a organização de eventos como o Circuito são comprovações de que o Ceará também é do ciclismo.

As Inscrições
As inscrições vão até o dia 29 de julho. O atleta pode se inscrever pelo site do Circuito (www.bikeceara.com.br), ou diretamente na loja Bike Ceará, Rua Jonas Ildefonso Carneiro, 140, loja 5 – Cambeba. O valor é R$ 50,00 por pessoa.

O Circuito
O Circuito Ceará Adventure está dividido em cinco etapas, três delas já aconteceram. Além do Desafio dos Sertões, em Palmácia, a última etapa acontece no Eusébio e será uma prova noturna. Veja o calendário:
(07/08) – Desafio dos Sertões (Palmácia)
(15/10) – Bike da Lua Cheia (Eusébio)
SERVIÇO
Circuito Ceará Adventure de Bike 2011
4ª Etapa – Desafio dos Sertões - Palmácia
Dia: 31/07
Largada: às 8h pontualmente, na Praça da Igreja
Informações: 
www.bikeceara.com.br
Para acompanhar os resultados clique em www.bikeceara.com.br/resultados.html
Possíveis entrevistados: Marcelo Facó – organizador do Circuito – (85) 3278.2479 / 8709.1434
Contato: Agência Maestros – Vinicius Augusto – Assessoria de Imprensa – (85) 8787.4984 / 3253.3041

MAESTROS - Compondo Idéias

Copa América de Futebol: Quo Vadis Brasil?


 Foto:Danilo Verpa - Folha press

Perder em esporte não é vergonha, fazer tudo o que está ao nosso alcance para perder, isso sim é vergonha. Foi isso exatamente que a seleção brasileira fez na Copa America que disputou e foi eliminada no passado dia 17 de Julho, na Argentina em jogo com o Paraguai.

O time brasileiro até que dominou o jogo, criou condições até de terminar os 90 minutos da partida com três ou quatro gols marcados, mas no final do jogo, após a marcação de pênaltis, o time brasileiro não conseguiu fazer balançar as redes nem uma vez, aliás, para ser bem verdadeiro, que chega à marcação de pênaltis e realiza tão má prestação, não merece ganhar.

Para chegar a esta triste situação o time brasileiro se arrastou durante os jogos que realizou: primeiro no seu grupo e depois nas quartas de final, venceu apenas um dos quatro jogos disputados, parecendo até que os jogadores ficaram esperando que as suas camisas fizessem o trabalho por eles ou que os seus adversários se intimidassem com o nome do time, seleção do Brasil, só que isso já não existe no futebol moderno.

Esta situação nos remete para o próprio futebol brasileiro, muito longe dos padrões internacionais e muito longe do que se espera de uma seleção com o “gabarito” do time brasileiro.

Cada vez mais existe a necessidade de serem efetuadas mudanças na estrutura federativa, afastando de vez elementos que deixaram de ser competentes para exercerem os cargos que ocupam faz muito tempo, nisso o time brasileiro vai perdendo cada vez mais a capacidade de liderar o futebol mundial, tudo isso apesar dos seus jogadores serem dos mais procurados por todo mundo.

Do ponto de vista mais global podemos encontrar em outros países Latino Americanos um forte crescimento em todas as áreas e isso se reflete dentro do campo, o Uruguai está correspondendo ao que se viu na copa do mundo em que foi semifinalista, o Paraguai voltou a mostrar competência que já se vira na copa de África e se formos olhar a esse passado recente até a Argentina e o Brasil mostraram que as suas seleções tem que trabalhar muito para não ficarem para trás irremediavelmente.

Quanto a Copa de 2014, o time brasileiro apenas terá jogos particulares para disputar e no ano de 2013 a Copa das Confederações, que, aliás, só estará presente porque é o pais anfitrião, porque se não nem a isso tinha direito, nunca a seleção esteve numa situação de tanta responsabilidade e tão poucas condições para corresponder ao que lhe é exigido. O Titulo.

Tomé Gomes.

Maratona Pão de Açúcar de Revezamento de Fortaleza. 10ª Edição

Foto: Fábrica Estrela

A Maratona Pão de Açúcar de Revezamento de Fortaleza chegou a sua décima edição neste domingo dia (03/07) e mais uma vez a festa foi da organização que prestigiou os atletas participantes com uma bela competição. Foram mais de 10 mil participantes, mas a aparência de ter menos atletas que em 2010.

Os primeiros a cruzarem a linha de chegada foram os atletas da equipe “Sol Nascente de Cascavel”, com o tempo de 2h24min48seg, já o quarteto foi liderado pela equipe “GPA Clube”, que completou a prova em 2h14min49seg, enquanto o octeto vencedor foi a equipe “Os Voluntários”, com o tempo de 2h13min30seg. As acessórias estiveram em peso e demonstraram uma organização cada vez melhor para novos e veteranos participantes para este tipo de competição.

“O quarteto do GPA Clube já merece destaque há tempos. Eles vencem juntos e separados. Composta por Cícero Marcos de Lima, Vanilson Neves, Daniel Carneiro e Joilson Bernardo, a equipe comemorava os 10 anos do GPA Clube Fortaleza. ‘O GPA Clube é um projeto que motiva os funcionários do Grupo Pão de Açúcar a praticar atividades físicas. Lá temos um excelente suporte físico e nutricional e é fundamental para o nosso desempenho nas provas’, comemora Cícero Marcos que já venceu da França, no O POVO e outros. Entre as equipes femininas, a dupla “Os Voluntários” foi a vencedora em sua modalidade, com o tempo de 3h07min14seg. Em primeiro lugar entre os quartetos, ficou a equipe “Grupo de Corrida Unifor”, que completou a prova em 2h50min54seg. Já a equipe “Grupode Corrida Unifor Expresso Guanabara” foi a campeã na modalidade de oito atletas, com o tempo de 2h50min02seg.” Trecho retirado do O Povo On Line.

A premiação aos primeiros colocados de cada modalidade será feita com vales-compra do Pão de Açúcar, em um total de R$ 14,7 mil (catorze mil e setecentos reais). Além disso, todos os atletas das equipes que completarem a Maratona, independentemente de sua classificação e desde que não seja observada nenhuma irregularidade, conquistarão medalhas de participação.

A proeminência da Maratona Pão de Açúcar leva empresas e funcionários de dezenas de empresas a participarem numa grande confraternização, fazendo camisas e organizando-se numa festa de integração e muita amizade. Assim foi a participação da Fábrica Estrela que contou com a participação de 2 equipes de oito mulheres e 3 equipes de oito homens e também um quarteto representado por Paulo Brandão, Alfredo Montenegro e GIGI. Os outros funcionários e representantes Estrela na competição foram: Francisca Adjane Costa Dantas, Tamires Mendes de Oliveira, Catarina Soares Martins, Mikelane Everllyn Alves Lourenço, Morgana Alexandre de Oliveira, Maria Lidiane de Lima, Rosângela do Nascimento Barreto, Eurizélia de Oliveira Lacerda, Julia Carolina e Silvia Sousa de Oliveira, Emeline Rodrigues Tavares, Maria Helen Diane Ferreira da Costa, Priscila Duarte Fontenele, Harrissa Andrade Pinto, Diana Paula Costa da Silva, Caroline Lima Araújo, Ana Karoline Avelino Rocha, Alyne Cristina de Souza Bezerra, Mara Kely Silveira de Oliveira, Graça Marçal, Eulizandro Barbosa Costa, Francisco Ricardo Barbosa dos Anjos, Francisco Anderson da Silva Viana, Leo Alves Ricardo, FRANCISCO WLADSON MACEDO SOARES, Luiz Teles, Antonio Charles da Silva, Leidiano Soares do Nascimento, Francisco Glayson da Silva Maciel, Edilberto Chagas da Silva, Tiago Rocha Rodrigues, Francisco Vanderlan Balbino de Sousa, Osvaldo José de Oliveira, João Batista Sales de Castro, Fábio José Barbosa Texeira, José Olavo de Oliveira Martins, George Moraes de Lima, Francisco Antonio da Silva, Antônio Lucas Júnior, José Ferreira Matos Filho, Francisco José Isidio Filho, Francisco Artenisio Bezerra de Carvalho, Ricardo Rocha de Matos e Flávio Abreu de Brito.

A 10ª Maratona Pão de Açúcar de Revezamento Fortaleza teve o patrocínio da TAEQ e contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Fortaleza, Hap Vida, Indaiá, Posigraf e Federação Cearense de Atletismo.

Carlos Lopes

Onde está o Estádio – Parte IV


Foto: Site Oficial

Continuando a seqüencia de matérias sobre o Estádio de Futebol do Município de Maranguape, e a segunda parte da matéria de Jairo Façanha, esse nato maranguapense que contribuiu enormemente para que esse equipamento esportivo chegasse aonde chegou. Outras matérias ainda virão e o jornal o esporte ficará de olho...
Carlos Lopes
Fazendo justiça...  O terreno do campo e seus 4.800 m² do muro externo que vieram do Governo Pedro Câmara e a brita e as 450 manilhas da drenagem que vieram do governo Raimundo Matos antecedem ao conselho; o cacimbão, o alambrado, a bilheteria, os sanitários, os vestiários, as traves, o sistema de irrigação e o gramado vieram da ação do conselho em articulação com os governos Raimundo Nonato e Marcelo Silva; o bloco de arquibancadas e o sistema de iluminação são ações posteriores ao conselho, e até o que sei, resultaram de ações conjuntas entre o governo Marcelo Silva e a atuação parlamentar do Deputado Federal Raimundo G. de Matos; e as cabines de rádio, vestiário para árbitros, novos bancos para reservas e pessoal de federação, portão para entrada de atletas e recuperação de drenos, bem como as ações mais atuais vieram dos governos Eduardo Gurgel e George Valentim; as 25 mil horas de trabalho no Moraisão vieram dos seus nove trabalhadores; e às 1.500 horas trabalhadas pelas máquinas pesadas e tijolos da mureta interna vieram do Gilvan Morais.
O fim do conselho...  Onze meses depois da sua criação, o Conselho do Estádio devolveu o Moraisão ao município de Maranguape que o inaugurou na tarde de 13 de setembro de 1998, em solenidade iniciada pela fala do prefeito Marcelo Silva e concluída pelas partidas finais do campeonato maranguapense – Nova Esperança 4 x 1 Área Verde (aspirantes) e Penedo 2 x 0 Lages (categoria principal).
Uma história boa de contar...   Em outubro de 2003, o time do Maranguape, a época presidido pelo Alvino Freire, encarregou a mim, ao Ricardo Fernandes e ao Evaldo Bessa da realização de uma peneirada objetivando a revelação de novos jogadores para o elenco 2004. Durante um mês, cerca de 250 atletas da região foram observados, e destes, 18 foram pré-selecionados e entregues à comissão técnica. Desse grupo fazia parte o meia maranguapense Everton que depois do Maranguape passou por Ferroviário, Barueri, Fluminense e Cruzeiro e agora em negociação com o Grêmio. O curioso nessa história, é que entre os 18 pré-selecionados havia dois jovens de muito talento e potencial de nomes Vavá e Raul que depois de passarem pelos “olhos clínicos” do treinador Argeu dos Santos e dos colaboradores locais de plantão foram dispensados sem possibilidade de nova chance. Menos de dois anos depois Vavá e Raul se transformaram nas maiores atrações do futebol cearense. Não se fala dessa história por aqui.
Homenagear...  Ainda em tempo, penso ser justo, homenagear os companheiros Raimundo Inácio, Flávio Ramos e Zequinha, com seus nomes nas estruturas atuais ou futuras do Estádio Moraisão. Na mesma esteira das homenagens, está o senhor Antônio de Assis (Pé de Gama), conselheiro que trabalhou sem remuneração todos os dias, inclusive domingos e feriados, durante a existência do Conselho. O município e o futebol do nosso município possuem uma dívida impagável com o trabalhador do estádio Zequinha que passou seus últimos meses de vida, e já adoecido, penso, trabalhando nas obras do Moraisão para sustentar sua prole numerosa.
Puxa... Ia esquecendo...  Que em 2003, sete anos depois da campanha Moraisão, sai uma edição especial da revista Placar tratando dos 500 times do Brasil. E grande foi a alegria em ver que na relação atualizada, o Maranguape Futebol Clube eram um deles e seu estádio era o Moraisão.  Valeram todos os sonhos que os imaginaram... Valeram todos os esforços daqueles que os manifestaram como são hoje... Pensei... E sabemos que foram muitos... E mesmo que as estruturas do Moraisão e do Maranguape pareçam acanhadas, pobres como preferem alguns, mas para quem não as tinha um dia, elas já nasceram muito... E hoje já são muito mais.
O símbolo da jornada...  Se me pedissem um símbolo da campanha rumo ao Moraisão, não saberia dizer qual. No entanto, diria que ele deveria conter a visão, a criatividade, o foco, a humildade, a alegria, a determinação, a coragem, a obstinação, a esperança, o sonho e o desinteresse que animaram os espíritos daqueles que de alguma maneira, e quase à mão, fizeram o Moraisão. Talvez nesses estados, habitem as chaves para que as novas gerações esportivas e políticas, agora partindo de algo concreto, sob mais confiança e diante de menos resistência, possa tocar o Moraisão pra frente, virá-lo de cara pro futuro, pra que ele continue a nos reunir em seus momentos mágicos e a espalhar sonhos por ai, principalmente entre aqueles que apenas chegam por essas bandas do mundo que dizemos Maranguape...  
E Eu? Bem... Eu... Gosto apenas de pensar que estava pertinho de cada acontecimento daquele tempo, removendo, apenas por força da argumentação, os obstáculos políticos, materiais e financeiros de caminho. Apenas sei e falo daqueles que ajudaram naquele tempo, e esses foram muitos, centenas até, e alguns nem sabem que assim fizeram, e mesmo aqueles que querendo ou não, atrapalhavam de alguma forma, apenas os impulsionavam adiante.
Este é o testemunho que era necessário ouvir e que abre portas para muitas outras historias que queremos contar sobre o Moraisão.
Ligue-ce com Jairo Façanha

terça-feira, 19 de julho de 2011

Entrevista com Alfredo Montenegro

Foto: Roma Comunicações
Alfredo Montenegro Neto, nascido em Fortaleza 29 de abril de 1958, casado com Silmara Montenegro e pai de André e Diego, 14 e 19 anos, respectivamente. Empresário desde muito, já trabalhou em diversos ramos, se solidificando no de automóveis onde iniciou como diretor da Mitsubishi no Ceará, no grupo C Rolim. Hoje, proprietário de uma revenda de veículos seminovos, é também proprietário da SAVANA BIKE SHOP, seu xodó, uma loja de bicicletas, local onde dedica a maior parte de seu tempo comercial, divulgando o ciclismo e recebendo amigos, bem como, fazendo muitas novas amizades. Durante os anos da Mitsubishi, organizou 4 rally’s e foi o responsável direto pela venda e participação de Riamburgo Ximenes no Rally dos Sertões no ano em que o mesmo o venceu pela primeira vez.
Seu 1º contato com o esporte foi na natação aos 7 anos, no Náutico Atlético Cearense. Naquele momento o espírito guerreiro e competitivo já brotava, pois desde logo iniciou suas primeiras competições oficiais. Jogou basquete e futebol, também em competições oficiais, no futebol iniciou no salão e chegou a jogar no Ceará Sporting Club, na categoria dente de leite.
Então veio o surf em 1972, para estar sempre presente, mesmo em paralelo com outros esportes. Na época as pranchas eram de madeira e muitas histórias engraçadas foram pedidas para ficarem ocultas, entretanto é nobre lembrar que as primeiras pranchas foram confeccionadas na carpintaria do Colégio Christus de Fortaleza. Alfredo foi da turma pioneira deste esporte, tricampeão cearense e norte nordeste, só não ganhou mais títulos porque precisava ser juiz em muitas competições, oportunizando a prática de competições. Chegou a morar no Havaí por 6 meses, de onde guarda com muita saudade lembranças e histórias como a de quando viu uma onda havaiana pela primeira vez. Chegou a estar entre os TOP 16, sendo naquele momento o único cearense dentro da classificação. Entretanto, a história que mais chama atenção é a de que foi ele quem deu nome ao “Titanzinho”, chamado em seu tempo de farol. Claro que não podia dizer a sua mãe que iria surfar no farol, era lógico que ela não deixava, daí o nome de Titanzinho, pois como ela não sabia onde ficava, deixava-a menos preocupada e não o impedia de surfar. O nome se espalhou entre seus muitos amigos e logo todos diziam a seus familiares que iam surfar no Titanzinho.
Veio à era do Skate, e os primeiros foram também confeccionados na carpintaria do Colégio Christus, afinal, a sua amizade e suas muitas idas à diretoria do Colégio tinham que gerar alguma coisa boa, logo, o diretor procurando meios para que o mesmo perdesse o caminho da diretoria cada vez mais, lhe mostrava o caminho do esporte. E os primeiros foram feitos de uma mistura de rodas de patins improvisados e uns pedaços de madeira. A adrenalina eram descidas kamikazes na Rui Barbosa e na Osvaldo Cruz.
Na capoeira nosso multi-atleta também formou muitas turmas, numa mistura de Capoeira de Angola e Capoeira Regional, e à frente, os professores Pinduca do Rio de Janeiro e Márcio da Bahia, também chamado de baiano, Alfredo compunha o trio que dava aulas periódicas e fazia crescer cada vez mais o número de adeptos na “Volta da Jurema”. E por sinal, também lembrou o porquê deste nome, já que naquele tempo, próximo do local onde estão atualmente às quadras de vôlei, tinham plantas chamadas de Juremas, árvores grandes e com muitos espinhos, eram muitas e deram origem ao nome que hoje poucos conhecem seu significado. O surf muito colaborou para o aumento do número de participantes da capoeira e esta colaborou para os atletas surfistas melhorarem suas mobilidades, justificando a prática dos dois esportes.
O encontro com o ciclismo também aconteceu cedo, por volta de 1978, ano em que eu (Carlos Lopes) nasci. Na época da loja “Pedal de Ouro”, onde trabalhavam “Louro Batata” como mecânico e “Magrão” como seu ajudante.  Magrão atualmente trabalha na loja CENTAURO do IGUATEMI. Naquele tempo se destacava a equipe PANEVITA na qual tinha como seu principal ciclista Leonardo Silva, um dos maiores ciclistas cearenses de todos os tempos. Os treinos aconteciam inicialmente na BR que liga Fortaleza à cidade de Sobral, logo mais e depois de algumas melhorias na estrada, a BR que liga Fortaleza à Canindé. Eram os famosos e falados até hoje treinos para Canindé. As competições aconteciam rotineiramente no Cambeba.
Daí para o triatlo foi só juntar as três modalidades que Alfredo já praticava à algum tempo: correr, pedalar e nadar. O grande incentivador foi IVAN, atleta que trabalhava na plataforma da PETROBÁS de Fortaleza, no qual vai ficar sem sobrenome por falta de lembrança. Seu apelido era “IVAN Mergulho”, daí já se sabe o que ele fazia na estatal brasileira. E foi quando os companheiros Ivan Mergulho, Marcus Nagibe, Alfredo Montenegro e Zé Filho, faziam musculação na academia “Jaime Ginástica” que decidiram organizar o primeiro triatlo de Fortaleza. Evento que aconteceu na Avenida Beira Mar, próximo onde hoje se comercializa peixes, e o ano era 1981. No triatlo nosso entrevistado participou de 4 IRON MAN (2 no Brasil, 1 na Alemanha e 1 na Flórida), e sua participação neste tipo de competição só não foi maior porque sua maior motivação era a Seleção Brasileira, e as competições tinham um formato muito diferente das encontradas em um IRON MAN. Alfredo tinha que optar por uma, e foi nesta que participou de dois mundiais, não indo para o 3º por uma mão quebrada na semana de viajar. Participou do Panamericano de MAR DEL PLATA e conseguiu um 2º lugar brasileiro de triatlo em Brasília em 1993.
A rotina guerreira de triatleta o levou às corridas de aventuras começando com o ELF ADVENTURE de 2001, maior corrida de aventura do mundo, naquele ano sua equipe conseguiu meter um 6º lugar, em uma das etapas, entre as melhores do mundo. Nos anos seguintes foram 4 EMA, e um segundo lugar final na “BROTAS” acontecida em São Paulo, uma competição internacional que tinha 45 equipes. Muitas competições ainda ocorreram em Natal (CARCARÁ) e Recife, onde tiveram muitos primeiros lugares e segundos também.
Nas corridas de aventura Alfredo Montenegro conheceu o mountain bike, esporte que dedica maior parte de seu tempo hoje, e no mountain bike já se foram 3 CAPE EPIC – competição que acontece anualmente na África e é considerada a maior ultramaratona mountain bike do mundo. Foi no Cape Epic de 2010, no qual tive o orgulho e o prazer de fazer dupla com ele, que nosso herói conseguiu o título de AMABUBESE. AMABUBESE na língua aborígene africana significa “Grupo dos Leões”. Alfredo tornou-se o 1º AMABUBESE brasileiro, já que no livro da competição só constam os com pura nacionalidade. Ano passado atravessamos juntos a Chapada da Diamantina na Claro Brasil Ride – Maior Ultramaratona Brasileira, onde obtivemos um excelente resultado e o melhor cearense. Também foram 3 Piocerá, duas 6 horas de mtb, conquistamos juntos o campeonato cearense de duplas de regularidade na categoria elite em 2010, promovido pelo Bike Ceará, e ainda durante estes anos e em paralelo: seis 24h de ciclismo onde foi tricampeão e duas 12h de corrida a pé, vencendo as duas com equipes de oito atletas. Sua última grande aventura foi no Deserto do Marrocos, onde o atravessou na competição TITAN DESERT, em maio deste ano.
Alfredo agradece o apoio de Fabrica Estrela, Magis, Savana Bike Shop, Mito Mitsubishi e Fundação Beto Studart, que foram os apoiadores que a muito lhes acompanham.
Alfredinho, como é conhecido para nós, amigo, companheiro, irmão, confidente, parceiro e tudo mais de bom e positivo que pode ser gerado numa amizade. Sua experiência é um de meus guias e sua amizade é uma bênção. Peço a Deus vida longa para esse camarada, pois a cada encontro é um novo aprendizado e suas palavras só têm colaborado e engrandecido minha maturidade. Espero estar logo de volta ao mountain bike para poder pedalar à seu lado novamente.
OBRIGADO MAIS UMA VEZ, PARCEIRO!
Carlos Lopes