sábado, 23 de julho de 2011

Onde está o Estádio – Parte IV


Foto: Site Oficial

Continuando a seqüencia de matérias sobre o Estádio de Futebol do Município de Maranguape, e a segunda parte da matéria de Jairo Façanha, esse nato maranguapense que contribuiu enormemente para que esse equipamento esportivo chegasse aonde chegou. Outras matérias ainda virão e o jornal o esporte ficará de olho...
Carlos Lopes
Fazendo justiça...  O terreno do campo e seus 4.800 m² do muro externo que vieram do Governo Pedro Câmara e a brita e as 450 manilhas da drenagem que vieram do governo Raimundo Matos antecedem ao conselho; o cacimbão, o alambrado, a bilheteria, os sanitários, os vestiários, as traves, o sistema de irrigação e o gramado vieram da ação do conselho em articulação com os governos Raimundo Nonato e Marcelo Silva; o bloco de arquibancadas e o sistema de iluminação são ações posteriores ao conselho, e até o que sei, resultaram de ações conjuntas entre o governo Marcelo Silva e a atuação parlamentar do Deputado Federal Raimundo G. de Matos; e as cabines de rádio, vestiário para árbitros, novos bancos para reservas e pessoal de federação, portão para entrada de atletas e recuperação de drenos, bem como as ações mais atuais vieram dos governos Eduardo Gurgel e George Valentim; as 25 mil horas de trabalho no Moraisão vieram dos seus nove trabalhadores; e às 1.500 horas trabalhadas pelas máquinas pesadas e tijolos da mureta interna vieram do Gilvan Morais.
O fim do conselho...  Onze meses depois da sua criação, o Conselho do Estádio devolveu o Moraisão ao município de Maranguape que o inaugurou na tarde de 13 de setembro de 1998, em solenidade iniciada pela fala do prefeito Marcelo Silva e concluída pelas partidas finais do campeonato maranguapense – Nova Esperança 4 x 1 Área Verde (aspirantes) e Penedo 2 x 0 Lages (categoria principal).
Uma história boa de contar...   Em outubro de 2003, o time do Maranguape, a época presidido pelo Alvino Freire, encarregou a mim, ao Ricardo Fernandes e ao Evaldo Bessa da realização de uma peneirada objetivando a revelação de novos jogadores para o elenco 2004. Durante um mês, cerca de 250 atletas da região foram observados, e destes, 18 foram pré-selecionados e entregues à comissão técnica. Desse grupo fazia parte o meia maranguapense Everton que depois do Maranguape passou por Ferroviário, Barueri, Fluminense e Cruzeiro e agora em negociação com o Grêmio. O curioso nessa história, é que entre os 18 pré-selecionados havia dois jovens de muito talento e potencial de nomes Vavá e Raul que depois de passarem pelos “olhos clínicos” do treinador Argeu dos Santos e dos colaboradores locais de plantão foram dispensados sem possibilidade de nova chance. Menos de dois anos depois Vavá e Raul se transformaram nas maiores atrações do futebol cearense. Não se fala dessa história por aqui.
Homenagear...  Ainda em tempo, penso ser justo, homenagear os companheiros Raimundo Inácio, Flávio Ramos e Zequinha, com seus nomes nas estruturas atuais ou futuras do Estádio Moraisão. Na mesma esteira das homenagens, está o senhor Antônio de Assis (Pé de Gama), conselheiro que trabalhou sem remuneração todos os dias, inclusive domingos e feriados, durante a existência do Conselho. O município e o futebol do nosso município possuem uma dívida impagável com o trabalhador do estádio Zequinha que passou seus últimos meses de vida, e já adoecido, penso, trabalhando nas obras do Moraisão para sustentar sua prole numerosa.
Puxa... Ia esquecendo...  Que em 2003, sete anos depois da campanha Moraisão, sai uma edição especial da revista Placar tratando dos 500 times do Brasil. E grande foi a alegria em ver que na relação atualizada, o Maranguape Futebol Clube eram um deles e seu estádio era o Moraisão.  Valeram todos os sonhos que os imaginaram... Valeram todos os esforços daqueles que os manifestaram como são hoje... Pensei... E sabemos que foram muitos... E mesmo que as estruturas do Moraisão e do Maranguape pareçam acanhadas, pobres como preferem alguns, mas para quem não as tinha um dia, elas já nasceram muito... E hoje já são muito mais.
O símbolo da jornada...  Se me pedissem um símbolo da campanha rumo ao Moraisão, não saberia dizer qual. No entanto, diria que ele deveria conter a visão, a criatividade, o foco, a humildade, a alegria, a determinação, a coragem, a obstinação, a esperança, o sonho e o desinteresse que animaram os espíritos daqueles que de alguma maneira, e quase à mão, fizeram o Moraisão. Talvez nesses estados, habitem as chaves para que as novas gerações esportivas e políticas, agora partindo de algo concreto, sob mais confiança e diante de menos resistência, possa tocar o Moraisão pra frente, virá-lo de cara pro futuro, pra que ele continue a nos reunir em seus momentos mágicos e a espalhar sonhos por ai, principalmente entre aqueles que apenas chegam por essas bandas do mundo que dizemos Maranguape...  
E Eu? Bem... Eu... Gosto apenas de pensar que estava pertinho de cada acontecimento daquele tempo, removendo, apenas por força da argumentação, os obstáculos políticos, materiais e financeiros de caminho. Apenas sei e falo daqueles que ajudaram naquele tempo, e esses foram muitos, centenas até, e alguns nem sabem que assim fizeram, e mesmo aqueles que querendo ou não, atrapalhavam de alguma forma, apenas os impulsionavam adiante.
Este é o testemunho que era necessário ouvir e que abre portas para muitas outras historias que queremos contar sobre o Moraisão.
Ligue-ce com Jairo Façanha

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